quinta-feira, 26 de março de 2015

Os diias passam



        Os dias passam diferentes, nunca são iguais.
        Dias de sol, dias de chuva, dias de tempestade, dias de bonança.
        Nos dias de sol, há vida, há risos e sorrisos, as crianças brincam felizes, indiferentes aos dias não serem iguais. 
        Nos dias de chuva, todos andam cabisbaixos, tristes infelizes.
        Nos dias de tempestade, é a angústia  de saber quem sofre.
        Nos dias de bonança é a tranquilidade de saber que na vida há esperança.



domingo, 22 de março de 2015

Para mim um copo



             Para mim um copo
             Para ti rosas vermelhas, o símbolo do meu amor por ti.

   Para mim mais um copo, para esquecer o desespero de te amar, sem tu saberes.

   Um copo, e mais um copo, até ficar tonta, e bebo outro e mais outro copo até deixar de pensar, e adormecer com a sensação que estou a andar numa roda gigante, muito, muito brilhante.

     Carmita/Março/2015





sábado, 21 de março de 2015

Os dias...



               Os dias passam diferentes, quase sempre iguais, sem raios de sol, brilhantes, antes pelo contrário, dias tristes, cinzentos, e muito frio. É a sensação de  tristeza, carências, fome e desconforto generalizado, de uma sociedade triste longe da felicidade.



quinta-feira, 19 de março de 2015

Para ti rosas



        Para ti rosas.......
        Para mim alcachofras...
        Rosa vermelhas, como o meu amor por ti!
        Alcachofras, com picos que é a minha vida!
        Amor rosas, vida espinhos!
        Componentes de uma roda de sentimentos, que nos leva desde a paixão ao desespero.

    

segunda-feira, 16 de março de 2015

Palavras



              O que se pode dizer, a quem está a sofrer por amor....?

              O tempo tudo cura, até a saudade de estar longe! 

              Como falar, quando se afastam de nós?

              Gritar, barafustar, ou simplesmente, calar!

        Ver sofrer é doloroso, porque estar à distancia de um abraço e nada poder fazer pode fazer com que fiquemos em sofrimento também.

        Carmita/2015





domingo, 15 de março de 2015

Um lápis



                 Um lápis, afiado, inspira-me, apetece-me logo escrever.Escrever o que me apetecer, escrever em bom português, palavras, palavras, só palavras.
                 Palavras doces, meigas que falam de amor, palavras de raiva, quando falam de politica, são só palavras, palavras. Um lápis que põe no papel aquilo que me vai na alma, e às vezes a minha alma está bem triste.

Carmita/2015


sexta-feira, 13 de março de 2015

Calçada de carriche-Um hino à mulher

Luísa sobe,
sobe a calçada,
sobe e não pode
que vai cansada.
Sobe, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe
sobe a calçada.
Saiu de casa
de madrugada;
regressa a casa
é já noite fechada.
Na mão grosseira,
de pele queimada,
leva a lancheira
desengonçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Luísa é nova,
desenxovalhada,
tem perna gorda,
bem torneada.
Ferve-lhe o sangue
de afogueada;
saltam-lhe os peitos
na caminhada.
Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Passam magalas,
rapaziada,
palpam-lhe as coxas
não dá por nada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.

Chegou a casa
não disse nada.
Pegou na filha,
deu-lhe a mamada;
bebeu a sopa
numa golada;
lavou a loiça,
varreu a escada;
deu jeito à casa
desarranjada;
coseu a roupa
já remendada;
despiu-se à pressa,
desinteressada;
caiu na cama
de uma assentada;
chegou o homem,
viu-a deitada;
serviu-se dela,
não deu por nada.




Anda, Luísa.
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Na manhã débil,
sem alvorada,
salta da cama,
desembestada;
puxa da filha,
dá-lhe a mamada;
veste-se à pressa,
desengonçada;
anda, ciranda,
desaustinada;
range o soalho
a cada passada,
salta para a rua,
corre açodada,
galga o passeio,
desce o passeio,
desce a calçada,
chega à oficina
à hora marcada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga;
toca a sineta
na hora aprazada,
corre à cantina,
volta à toada,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga,
puxa que puxa,
larga que larga.
Regressa a casa
é já noite fechada.
Luísa arqueja
pela calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada,
sobe que sobe,
sobe a calçada.
Anda, Luísa,
Luísa, sobe,
sobe que sobe,
sobe a calçada

               António Gedeão