Era
uma vez uma princesinha que se chamava Ísis. Todos os anos, no verão ia
com a sua família passar férias, a Sanfins do Douro, .uma terra de
gentes de paz, e hospitaleira.
Assim
que chegava, procurava instalar-se no melhor canto da casa, ou seja no
sitio mais sossegado, sem confusão do entra e sai das visitas, e do
reboliço de uma casa de férias.
O
stress da viagem de carro, deixava-a de rastos, nos primeiros dias era
só descansar, pelo contrário a sua família, era um entra e sai, sem
parar.
Escusado será dizer que assim que eles saiam ela deitava-se na sua caminha e dormia, e dormia…
Do
seu canto, ela ouvia as coisas mais incríveis, era a Toninha e as suas
histórias infindáveis, sobre o passado vivido em Sanfins.
No seu canto Ísis suspirava, encolhia os ombros e até parece que sorria.
Quando
estavam lá os pais do João, para passarem um fim de semana, era de
morrer a rir, pois o Sr. Tininho, e D. Toninha animavam os serões com as
suas anedotas reais e inventadas. O Sr. António devido à sua doença,
ouvia tudo com muita atenção. O João e a Catarina namoravam e D. Carmita
ria às bandeiras despregadas.
Do
seu canto especial, a princesinha era atormentada, com o barulho dos
foguetes, dos bombos, das fanfarras. Eram as festas populares e o povo
adorava. Vinham do estrangeiro, filhos da terra que saíram à anos para
outros países à procura de uma vida melhor, e voltavam nesta altura para
festejar, em honra de Nossa senhora da Piedade.
A certa altura a princesinha Ísis começava, a sentir saudades da sua casa de Lisboa, o seu 5º. Andar era mais tranquilo.
Ísis
era a única na família, uma gata cinzenta e branca, e onde quer que
estivesse, era o charme, que nem todas as criaturas conseguiam ter. Era
preciso ter berço, e o de Ísis era um berço de Gata com postura de
Rainha.
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