Num dia de sol, veio à conversa, que os países que onde existem ditaduras, normalmente não deixam e proíbem as crianças a irem à escola. Fiquei pensar o porquê das coisas e batia certo. Quanto menos sabiam menos pediam, não sabiam não falavam.
Nesse dia estava triste e pensei quantas crianças no nosso país não liam ou porque haviam outros brinquedos, ou porque os livros são caros. Peguei na bicicleta velha, enchi-a de livros e aí fui eu, mas a bicicleta não aguentava, desci e lá fomos para o pé da Junta de Freguesia, as pessoas vieram ver e a medo perguntaram o que estava ali a fazer, respondi, estou a ensinar as crianças ler um livro. Olharam para mim mediram-me de alto a baixo, onde eu respondi que não mordia, ao mesmo tempo, as crianças foram primeiro olhando os livros e depois pegaram num e noutro e aí eu comecei a explicar: porque se escrevia, para quem se escrevia, e quem lia. Foi uma tarde girissima, fui dando um livro e outro e outro até não sobrar nenhum, e prometi voltar.
Levantei-me, o meu cão fez o mesmo pus o banco na bicicleta e lá fomos pelas sombras até casa, cheguei sentei-me no sofá, o Marley aos meus pés quiseram falar comigo e eu pedi uma limonada.
Carmita/Junho de /2019
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